domingo, 17 de julho de 2016

Existência de Deus: Argumento Moral

Argumento Moral
Esse argumento apela para a natureza e a consciência do homem. Parte do pressuposto que o homem, seja ele o ser mais carrasco ou o ser mais gentil, é um ser moral e é também um ser que traz, dentro de si, um juiz. O homem tem uma natureza moral que não foi adquirida por processo evolucionista de educação nem por um desconhecido ato de implantação pelo acaso. A consciência de qualquer homem testifica a realidade de uma lei. A lei leva a um legislador. E o conteúdo desta lei revela-nos o caráter do legislador. O homem carrega, como parte intrínseca e entranhavelmente interiorizada, o senso de responsabilidade. Ele é obrigado a responder pelos seus atos. Há uma "pressão" (e é inútil negar) que impulsiona o homem a cumprir a lei do dever, e não do querer. Sua consciência o esmaga e o acusa quando ele age ao contrário da lei moral. Esse argumento fascinava Kant, que chegou a dizer que é o argumento superior aos demais e que leva a inferirmos a existência de um Deus-Legislador-Pessoal. Por causa deste argumento, muitos afirmam que o que Kant destruiu em sua crítica da razão pura, ele restaurou em sua crítica da razão prática. Kant acreditava veemente que haveria um acerto de contas retributivo em função do aparato das desigualdades reinantes, no dia de hoje. Se existem homens, cuja prosperidade e gozo não correspondem com a verdade moral, tais homens devem ser julgados no final. A transgressão e o pecado geram uma consciência culpada e exacerbadamente convicta do mérito do castigo. Da mesma forma, uma consciência limpa e inteiramente aprovada pela lei, traz refrigério e a paz para o homem. De onde veio esta lei? Será que o semáforo foi construído pelos postes que, para o bem do trânsito, decidiram construí-lo? Claro que não! Deus está aí... Está claro que há um Deus Santo que aprova e reprova a conduta do homem pelo juiz interno (consciência) no mundo do presente e que vai aprovar e reprovar a conduta do homem, como o Supremo Juiz no mundo por vir. Toda moralidade ética não se explica com expurgamento de Deus do cosmo. A consciência do homem é um mero reflexo para atestar essa verdade. Isto levou Lord Davin a afirmar: "Nenhuma sociedade tem sido capaz de ensinar moralidade sem religião". Ao lado desses tradicionais argumentos, quero acrescentar outros três irredutíveis: O argumento das duas leis da termodinâmica, o argumento das respostas às orações e o argumento da existência do povo judeu. O primeiro argumento diz que a primeira lei da termodinâmica assevera a conservação da matéria e da energia. De acordo com ela, nada, absolutamente nada, está sendo criado agora. Nada está sendo criado e nada está sendo destruído. Disto se conclui: ou todo o universo foi criado no passado, não importa os "milhões" de anos que os cientistas batiza-ram o natalício do universo, ou todo o universo sempre existiu, como se crê no presente. Pela segunda lei da termodinâmica fica descartada a ideia de que sempre existiu, como no presente. Esta segunda lei assevera que o universo está se movendo irreversivelmente em direção a degradação entrópica (energia tornando-se inapropriada). Esta segunda lei não diz sobre a destruição da matéria, mas afirma que o universo esta sendo, aos poucos, desfeito ou ficando velho, desgastado e "enrugado" e que sua energia não está mais sendo útil. Portanto, este argumento põe um basta nas teorias contrárias à Bíblia e a verdadeira ciência. Tal é a veracidade dos fatos, que os próprios cientistas concluíram que o universo vai acabar-se por si só .O segundo argumento é simples, todavia muito poderoso; diz respeito às respostas das orações. Herbert W. Armstrong, em seu livro, "Does God Exist?", cita pelo menos sete provas sobre a existência de Deus. E na sua "Proof Number Seven", ele fala sobre a "resposta da oração". Armstrong cita o exemplo de George Muller na fundação e manutenção dos cinco orfanatos e das demais instituições filantrópicas fundadas por ele, todas em nome da oração-fé. Armstrong enfatiza que não é questão de "pensamento positivo" ou "ajustamento psicológico", mas intervenção miraculosa e sobrenatural de Deus. E de fato é verdade! Eu oro e Deus me responde! Quem é que responde às orações específicas e pessoais? Será que é o diabo? As circunstâncias? As coincidências? Que os ateus respondam: quem é que responde às orações??? O último argumento ousa provar a existência de Deus pela existência do povo judaico. Só alguém desprovido de conhecimento histórico considera os judeus como outra nação qualquer. De fato, o próprio ateu Sartre reconheceu os Judeus como povo desigual: "Não posso julgar o povo Judeu segundo os critérios aceitos da história da humanidade. O povo Judeu é algo além do tempo" . Antes do advento de Jesus, os judeus foram enjaulados e enclausurados por nações com cultura e costumes esquisitos. Uma vez, eles ficaram 400 anos servindo aos egípcios, outra vez, ficaram 70 anos servindo aos babilônios. Entretanto, algo de milagroso aconteceu: a preservação da própria identidade nacional. Eles continuaram os mesmos e não foram absolvidos nestas culturas alheias. Depois de Cristo, mais uma vez, eles foram banidos de sua casa. Em 70 D.C., o General Tito arruinou com os judeus. Acabou a nação. Todos os refugiados buscaram asilos nos países estrangeiros. Quase dois milênios viveram sem pátria, sem cultura cósmica-nacional, sendo perseguidos e sendo mortos aos milhões. Só em 1948, dá-se um novo milagre: eles voltam e formam novamente sua nação: com seus costumes e com sua própria cultura. De lá para cá, o milagre persiste. Em meio à guerras e conflitos políticos, diplomáticos e religiosos, os judeus continuam sendo judeus. E assim sendo, contrariam a história provando que eles são a única nação que não sucumbiu (como muitas sucumbiram) ao esquecimento. Será que não há uma associação ou milagre de Deus com este povo? É coincidência Deus ter-se revelado por meio deles ao mundo? É coincidência afirmar que muitos deles reconhecerão a Jesus como o Senhor? O que o ateu tem a dizer?

---
Fonte:
A Existência de Deus e dos Ateus, por: Laércio Pereira. Abba Press Editora. São Paulo, 1995, págs. 74-78.

Nenhum comentário:

Postar um comentário