Mauá, o empresário
Irineu
Evangelista de Souza, mais conhecido como Barão de Mauá, nasceu em 1813 no Rio
Grande do Sul.
Engatinhava
ainda quando ficou órfão de pai. Três anos depois, sua mãe resolveu casar-se
novamente e largou o pequeno Irineu nas mãos de um tio.
Depois de estudar
num colégio interno até os dez anos, o menino mudou-se com o tio para o Rh de
Janeiro, onde fez vários tipos de serviço temporário, inclusive o de engraxar
sapatos.,,
Aos 17 anos,
conseguiu um emprego fixo como balconista na loja de um inglês, A partir daí
progrediu rapidamente.
Aos 23 anos
já era sócio-gerente da loja e tinha conseguido aprender, por conta própria,
inglês e contabilidade.
Alguns anos
depois Irineu viajava para a Inglaterra, o país mais adiantado do mundo, na
época. Lá conheceu uma grande fundição e concluiu que a indústria do ferro era
a "mãe de todas as indústrias".
Chegando ao
Brasil, comprou a pequena fundição de Ponta de Areia, em Niterói.
Em pouco
tempo a fundição de Ponta de Areia cresceu e passou a ter também um setor de construção
naval. Além de caldeiras, guindastes,
tubos para
encanamentos e trilhos, a empresa começou a fabricar navios a vapor e à vela.
Em 1854, por
iniciativa de Mauá, a cidade do Rio de Janeiro era iluminada por lampiões a
gás. Nesse mesmo ano, Mauá foi o responsável pela construção da primeira
estrada de ferro do Brasil. Essa ferrovia possuía 15 km e ligava a baía de
Guanabara á serra de Petrópolis.
Além de
aluar na área da indústria e dos transportes, Mauá juntou-se aos ingleses e
fundou um Banco, com filiais na Inglaterra, França, Estados Unidos, Argentina e
Uruguai.
Em 1872,
Mauá participou de um avanço no campo das comunicações: a instalação do cabo
submarino que permitiu a ligação telegráfica entre Brasil e Europa.
Apesar de
sua garra, competência e determinação, o maior empresário brasileiro do século
XIX foi à falência!
Em 1875,
Mauá faliu, porque:
não recebeu
o apoio do governo, por ser contrário à Guerra do Paraguai;
os produtos
fabricados pelas empresas de Mauá não aguentaram a concorrência dos produtos
estrangeiros. Os produtos ingleses, por exemplo, entravam com facilidade no
mercado brasileiro porque os impostos cobrados na nossa alfândega eram baixos;
foi vítima
de sabotagem em suas indústrias. Em 1857, a Fundição e Estaleiro de Ponta de
Areia pegou fogo em cinco lugares ao mesmo tempo. Esse incêndio, provavelmente,
foi provocado por sabotagem. As chamas destruíram boa parte da empresa e Mauá
foi obrigado a pedir um empréstimo aos ingleses de milhões de libras.
Aos poucos,
Mauá foi vendendo tudo o que possuía para pagar a dívida com os banqueiros
internacionais. A maior parte das suas empresas foi passando para as mãos de
capitalistas ingleses e norte-americanos.
Em 1889,
quando morreu, Mauá era pobre e vivia de negociar café.
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Fonte:
História do Brasil: Império e República - Volume II, por: Alfredo Boulos Júnior. FTD Editora. São Paulo, 1989, pág. 53.
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