Cecília Meireles
Cecília
Meireles preferiu tomar como ponto de partida de sua trajetória poética o livro
Viagem (1939), pelo qual recebeu o
prêmio da Academia Brasileira de Letras. Rejeitou, portanto, os seus três
primeiros livros de influência parnasiana e temática mística.
Viagem, livro que demonstra maior
maturidade poética, apesar de manter-se dedos padrões tradicionais, ultrapassa
o primeiro momento do Modernismo brasileiro (anedótico e nacionalista). Ao
gosto pela tradição, soma-se uma visão filosófica e universaliza. As indagações
sobre a brevidade da vida, o sentido da existência, a solidão e a incompreensão
humana, presentes em Viagem, permaneceriam em quase toda a sua obra,: passada
por um sentimento de pessimismo e desencanto.
Cecília
Meireles, por ter seguido um caminho muito pessoal, não pode ser enquadrada em
um movimento ou em uma estética determinados. Seus versos, geralmente curtos,
de conteúdo lírico tradicional e bastante pessoais, têm raízes simbolistas e caracterizam-se
pela musicalidade, descritivismo e imagens sensoriais.
Um dos
pontos altos de sua obra poética é o Romanceiro
da Inconfidência (1953), que lhe custou pesquisas históricas e no qual,
empregando o melhor de sua técnica, revela o seu amor à pátria e a sua
admiração pelos mártires da Inconfidência Mineira.
OBRAS
Poesia: Espectros (1919); Nunca
mais... e Poema dos poemas (1923); Baladas
para El-rei (1925); Viagem
(1939); Vaga música (1942); Mar absoluto (1945); Retrato natural (1949); Amor em Leonoreta (1952); Doze noturnos da Holanda e O aeronauta (1952); Romanceiro da Inconfidência e Poemas
escritos na índia (1953); Pequeno
oratório de Santa Clara (1955); Pistoia,
cemitério militar brasileiro (1955); Canções
(1956); Romance de Santa Cecília
(1957); Metal Rosicler (1960); Solombra (1963); Ou isto ou aquilo (1964); Crônica
trovada... (1965). As duas últimas obras foram publicadas postumamente.
Publicou
também crônicas, textos para teatro, prosa poética e ficção.
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Fonte:
Português, por: João Domingues Maia. Editora Ática, 2ª Edição. São Paulo, 2011, pág. 416.
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