Einstein acreditava em Deus?
Nem mesmo as
mentes mais brilhantes conseguiram ignorar os mistérios da fé. Grandes
cientistas como o italiano Galileu Galilei (1564-1642), o inglês Isaac Newton
(1642-1727) e o polonês Nicolau Copérnico (1473-1543) fizeram referências a
Deus em seus trabalhos.
Por outro
lado, entre as citações interpretadas mais erroneamente estão as do físico
alemão Albert Einstein (1879-1955), um dos mais conhecidos e reverenciados
cientistas do século 20 devido à verdadeira revolução que provocou na física.
Costuma-se atribuir a ele uma profunda religiosidade. Sua famosa frase
"Deus não joga dados", em objeção ao caráter probabilístico da
mecânica quântica, levou muitas pessoas a crer que ele acreditava num ser
superior semelhante ao homem.
No entanto,
Einstein deixou muito claro em diversas outras afirmações que seu conceito de
divindade não tem relação nenhuma com o Deus pessoal das religiões ocidentais —
mais ou menos a imagem de um ser onisciente,todo-poderoso, que pune —, mas com
a harmonia do Universo. "Acredito no Deus de Spinoza, que se revela na
harmonia e na ordem da natureza, não em um Deus que se preocupa com os destinos
e as ações dos seres humanos", disse ele em um telegrama para a imprensa
em 1929.
No livro
"Einstein e a Religião", o físico alemão Max Jammer diz que a ideia
de religião de Einstein exclui a de revelação, segundo a qual Ele se mostra por
atos, como a aparição a Moisés, no Antigo Testamento, ou pelo nascimento, vida
e morte de Jesus, ou de palavras proferidas por um anjo, como diz o Corão. Seu
conceito de Deus não admite imagem mental. Einstein diz que Ele só pode ser
concebido pela "racionalidade ou inteligibilidade do mundo que está por trás
de qualquer trabalho científico de ordem superior".
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Fonte:
Revista Galileu. Ano 11 - Nº 132 - Julho de 2002. Editora Globo, pág. 24.
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