Nossa Televisão está com defeito
Sentados
no chão da sala, os dois meninos assistem ao filme de mocinho. São seis e meia
da tarde. Eles chegaram há pouco da escola e ainda vestem uniforme. As
lancheiras e os cadernos descansam sobre uma poltrona. Na cozinha, preparando o
jantar, a mãe está atenta aos sons que vêm da sala: dentro de alguns minutos
começa a primeira novela.
O pai também
chegou, faz cinco minutos. Está tomando banho e se demorar muito é possível que
jante sozinho, com o que já se acostumou, assim como se acostumou com outras
coisas: as crianças param mais em casa, a mulher não faz muita questão de
visitar as amigas, e ele precisa ter sempre alguma coisinha para fazer depois
do jantar, pois em dia de semana o chamado horário nobre da televisão dedica
metade do tempo às novelas e aos anúncios. Até dois anos atrás, antes de
comprar o televisor, eles costumavam jantar juntos, sem pressa, conversando — a
mulher sobre os filhos, os filhos sobre a escola. Algumas vezes iam visitar os
parentes, outras vezes iam ao cinema. Hoje isto acontece raramente, aos sábados
ou domingos. A televisão mudou os hábitos da família brasileira.
A televisão
— o maior instrumento de comunicação entre os homens. Há apenas 45 anos,
atravessar o Atlântico por ar, ligando Portugal ao Brasil, foi uma aventura que
dois portugueses — Sacadura Cabral e Gago Coutinho — realizaram em mais de dois
meses e sem testemunhas dos riscos que passaram, num hidroavião e fazendo
amerissagens forçadas no mar.
Documentário velho no lugar da notícia
Hoje,
sentadas em suas salas de visita, milhões de pessoas veem os astronautas saindo
de suas cápsulas em pleno espaço. Depois de ligar os continentes, por
intermédio de satélites, a televisão põe o cosmo diante do homem. E,
acompanhando os avanços da tecnologia, ela se prepara para novos
aperfeiçoamentos. Nos Estados Unidos e Europa a transmissão de espetáculos em
cores já existe em escala comercial. Mais um pouco, e o homem não dependerá
mais de horário para assistir ao seu programa preferido. Um aparelho, recém-inventado
e pronto para ser produzido a baixo custo, poderá ser ligado ao televisor e
gravar numa fita magnética os programas desejados, enquanto se recebe visitas
ou se vai às compras.
No Brasil,
porém, estamos longe de bem usar a televisão. No Texas, em fins de 1963, as
câmeras estavam presentes quando Lee Oswald era transportado de uma prisão para
outra e, assim, milhões de americanos viram-no morrer assassinado por Jack Ruby
com um tiro no estômago. No Japão, um líder socialista é esfaqueado por um
fanático religioso durante uma convenção política e todo o país assiste ao
crime: a TV estava transmitindo. No Brasil, no instante em que o governador
deposto de São Paulo regressava ao país, a TV transmitia receitas de bolo e
documentários de 20 anos. Margot Fonteyn, uma das maiores bailarinas do mundo,
esteve no Brasil, e a tevê recusou-se a pagar 15 mil cruzeiros novos para
mostrar sua arte ao público. Chico Buarque e Nara Leão emocionaram o país
inteiro com "A Banda", batendo recordes de venda de discos, e tudo
quanto a televisão tirou desse sucesso, que ela mesma favorecera, foi um programa
que se esvaziou a curto prazo.
Nossa
televisão informa mal, diverte menos ainda e é insensível à cultura. Produções
inteligentes e boas coberturas são raras. Hoje, a TV passa pela pior crise de
seus 17 anos de vida. Um levantamento do sindicato dos artistas estimava em
cerca de 700 milhões de cruzeiros velhos o total de salários atrasados em São
Paulo, no mês de abril passado. Só a Record estava em dia. No Rio, os cálculos
para o mesmo mês iam a um bilhão em atrasados. — No Brasil, tudo está errado desde
o começo — diz Walter Clark, diretor-geral da TV Globo, da Guanabara.
E como
começou? A televisão transmite as imagens por faixas de ondas-canais — que
existem em número limitado. Por isso, estas faixas "pertencem" ao
Estado. Na Europa quase toda e nos países do bloco socialista, é o próprio
Estado que as utiliza. No resto do mundo, elas são entregues a empresas que as
queiram explorar. No Brasil, o governo distribui os canais de graça. Apenas
exige, de quem os recebe, o compromisso de explorá-los no interesse público. O
Conselho Nacional de Telecomunicações (Contei) encarrega-se de fiscalizar. Com
um detalhe: segundo o mesmo Walter Clark, muitos deles foram concedidos
"apenas para atender a interesses políticos". Resultado: ha televisão
demais no Brasil.
A área
metropolitana de Nova Iorque por exemplo, tem um canal para cada 2 milhões e
200 mil habitantes, enquanto a grande São Paulo tem dois canais para o mesmo
número de pessoas; e Belo Horizonte, com um milhão de habitantes, já ganhou
quatro canais.
Esta
distribuição de concessões sem muito critério trouxe problemas. O principal
deles é econômico. Nos países em que o Estado explora a TV, os recursos vêm de
uma taxa cobrada dos proprietários de aparelhos televisores. Na Itália, onde há
cerca de sete milhões de aparelhos, cada um contribui para o 'Estado com 36
cruzeiros novos por ano; na Bélgica, essa taxa é de 34 cruzeiros novos; na
Inglaterra, de 26.
No Brasil,
porém, quem sustenta a televisão é o indiozinho camarada que faz biscoito ou o
esquimó que vende geladeiras: são as milhares de mensagens comerciais que
aparecem no vídeo o dia inteiro. Nos Estados Unidos, em 1965, foram empregados
mais de 5 trilhões de cruzeiros velhos (2,5 bilhões de dólares) em publicidade
na TV. No Brasil, no mesmo ano, as 38 emissoras existentes não faturaram mais
que cem bilhões de cruzeiros. Os canais, portanto, são muitos para as verbas de
publicidade existentes.
Assim, as
emissoras precisam brigar com todas as armas por esse "pouco"
dinheiro. Como aos anunciantes interessa atingir o maior número de pessoas, a
grande batalha é a da audiência. Ao lado, disso, o preço do tempo vendido aos
anunciantes é mantido baixo por uma concorrência feroz. Em São Paulo, uma
organização de corretagem chegou a vender o tempo das emissoras a crédito, com
descontos de até 50% sobre os preços de tabela, dando ainda de presente a
produção dos comerciais necessários. Ainda hoje, um grande anunciaste pode
comprar tempo na TV por até um quarto do preço de tabela. E o patrocínio
exclusivo de programas praticamente não existe mais.
— Oitenta
por cento de nossa receita de publicidade, hoje, vem dos anúncios por intervalo
— diz Fernando Severino, diretor-comercial da TV Tupi, de São Paulo.
O anunciante
não se arrisca a empregar toda a verba num programa que ele não sabe se
alcançará boa audiência. Por isso anuncia nos intervalos. E já que os preços
são baixos, as emissoras precisam do maior número possível de anúncios. Cada
vez que um artista canta uma música, é necessário um comercial para pagar o
tempo gasto. Assim, um programa, para ir ao ar, precisa encontrar no mínimo 14
anunciantes. O canal-7, São Paulo, já chegou até a 19 anunciantes por programa.
Esta
emissora paulista, durante uma semana de abril último, colocou no ar 2.482
mensagens comerciais, média de uma mensagem cada dois minutos.
No Rio, acontece
a mesma coisa. Apenas a TV Globo mantém algum respeito pela tabela de preços,
enquanto as outras vendem o seu tempo com grandes descontos. Os anunciantes
perdem com isso. A Frigidaire, há algum tempo, fez um filme de 45 segundos que
custou 10 milhões de cruzeiros e agora arrisca-se a vê-lo empurrado no vídeo
junto com outras 14 mensagens, a maior parte das vezes de baixo nível técnico,
cansativas.
— O que se
faz nessa área é um crime contra o anunciante e contra o público — diz o
gerente-comercial de uma grande agência de publicidade.
Recentemente,
uma portaria do Contei limitou a 15 minutos por hora o máximo de propaganda
comercial pela TV. A fiscalização, porém, cabe ao Departamento de Correios e
Telégrafos, que no início tentou agir com algum rigor. Pouco tempo depois, o
diretor de uma emissora paulista dizia que não poderia obedecer à determinação
do Contei, porque as concorrentes não o faziam, e o DCT não fiscaliza
"porque não tem verbas para comprar os televisores de que necessita".
Daí, a
avalanche de comerciais, tão grande que os publicitários gostam de contar a
história do telespectador que chegou ao fim da noite certo de que "para a
limpeza dos dentes, o melhor é Alka-Seltzer, que contém o aditivo ICA, com ação
detergente e gostinho de uva gelada".
"Não faço programa para a classe A"
Sem dinheiro
e com o tempo tomado pelos comerciais, a programação raramente supera o nível
da mediocridade. É verdade que a televisão se dirige ao grande público, mas
esta necessidade raramente é acompanhada por um esforço de melhorar as
produções.
-— Não faço
televisão para a classe A — diz Alberto Saad, diretor da Rede Excelsior — Faço
para os que ficam em casa, por não poderem ir a lugar nenhum.
A audiência
no Rio e municípios vizinhos, pesquisada pelo IBOPE, aponta 60% de pessoas que
não passaram do curso primário. Contudo, os livros de bolso também se dirigem
ao grande público e não deixam de lançar os clássicos da literatura nacional e
universal. Mas a televisão continua apresentando novelas de má qualidade. Em
seus 17 anos de vida, ela não acumulou recursos nem formou bons profissionais.
As exceções são poucas.
Na Itália, o
romance Os Noivos, de Manzoni, um dos clássicos da literatura mundial, foi
apresentado em oito capítulos e custou um bilhão de cruzeiros. Aqui, 25
capítulos mensais de uma novela custam entre 50 a 60 milhões. E, quando os
gastos com a montagem e direitos autorais ficam muito caros, as emissoras
esticam a história para diluir o custo inicial em centenas de capítulos. A
novela Redenção é um exemplo: exigiu a reprodução de uma cidadezinha de
interior nos estúdios da Vera Cruz, em São Bernardo do Campo, São Paulo. Ficou
caro. Então, a emissora — Excelsior — fez a história render mais alguns meses,
incluindo novos personagens que apareciam não se sabe de onde, mudando todo o
enredo.
Assim, as
novelas saem mais baratas, e por isso ocupam 32% da programação no melhor
horário de segunda a sexta em São Paulo; 29% em Belo Horizonte; 22% em
Curitiba; 24% nó Rio. O maior salário de ator é de Sérgio Cardoso, em São
Paulo: 8 milhões; Carlos Zara, da Excelsior, onde exerce outras funções, ganha
5 milhões; Francisco Cuoco, da mesma emissora, recebe 3,5 milhões; Hélio Souto,
2,5 milhões; Rosamaria Murtinho, 2 milhões; Eva Wilma, 1,5 milhão.
Os musicais
também são baratos: cenários pobres, estrutura de programas de rádio que se
faziam 20 anos atrás. Praticamente, a única novidade é a câmera, que leva ao
espectador o que antes ele só veria se estivesse no auditório. Para garantir a
audiência, dois ou três cantores de maior popularidade puxam um elenco barato.
Chico e Nara sustentavam "Pra Ver a Banda Passar"; Roberto Carlos,
Vanderléa e Erasmo Carlos suportam o "Jovem Guarda"; Elis e Jair
carregam "O Fino"; Gilberto Gil, Cláudia e Maria Betânia garantiam
"Ensaio Geral".
A monotonia
acabou matando os musicais. No primeiro trimestre deste ano eles começaram a
perder público. E as emissoras, sem espírito empresarial, nunca tiraram deles
rendimento nenhum, a não ser índices de audiência. Roberto Carlos tem oito
carros de luxo, imóveis e participação numa série de outros empreendimentos;
Jau- Rodrigues comprou imóveis em um bairro valorizado de São Paulo; Ronnie Von
e Luís Vieira têm avião. Nada disso foi conseguido apenas com os salários pagos
pelas emissoras, mas sim com o que lhes renderam os discos e shows no país
inteiro. Durante meses, as próprias emissoras fabricam os ídolos, abrem-lhes o
mercado em todos os Estados e depois deixam que a promoção de shows fique com o
empresário e a venda de discos com as gravadoras.
No fim do
ano passado, o Canal-7 de São Paulo fundou uma empresa de gravação — AU,
Artistas Unidos — mas os grandes cantores, que podiam trazer lucros, já estavam
todos presos a contratos com outras gravadoras.
O mundo-cão da nossa TV
No vale-tudo
pela audiência, alguns produtores exploram as feridas da sociedade. Sílvio
Santos foi condenado publicamente pelo O
São Paulo, jornal da Arquidiocese paulistana, por ter levado ao seu
programa alguns suicidas frustrados, que receberam prêmios para contar com
detalhes as experiências que tinham vivido. O mesmo Sílvio Santos promovia um
programa, Rainha por una Dia, que
mostrava mulheres miseráveis contando seus sofrimentos. Depois, o auditório
escolhia, batendo palmas, a história mais triste. E a mulher que a tinha
contado se transformava em Rainha por um
Dia: vestia um manto, punha uma coroa na cabeça e sentava-se no trono, além de ganhar o prêmio maior. As
outras ganhavam prêmios de consolação.
Abelardo
Barbosa, Chacrinha, até hoje mantém audiência elevada no Rio, explorando a
irreverência e o protesto de um tipo com o qual acabou por confundir-se. Mas
não deixa de explorar coisas como o maior
nariz, ou a mulher mais gorda,
provocando um desfile de deformidades físicas diante das câmeras.
Jacinto
Figueiras Júnior, que apresentou no Rio e São Paulo O Homem do Sapato Branco, levou prostitutas, ladrões e homossexuais
à televisão, para fazer sensacionalismo. Recentemente, recolheu nas sarjetas de
São Paulo alguns marginais, colocou-os diante das câmeras e realizou uma Mesa Redonda dos Mendigos.
Até pouco
mais de dois anos, os chamados enlatados
batiam recordes de público. Foi o tempo de Richard Chamberlain — o dr. Kildare
— e de Vincent Edwards — Ben Casey — que recebiam centenas de cartas por dia,
endereçadas às TVs e revistas especializadas.
Para onde vai essa TV em crise?
Outros
filmes disputavam com os dois médicos românticos os índices de audiência: Os Intocáveis, 77 Snnset Strip
(policiais), Bonanza e O Fugitivo (aventuras). Estes dois
últimos ainda continuam no ar, mas os episódios são constan-temente repetidos e
já não agradam tanto.
Hoje, para a
maioria dos homens, o futebol é tudo quanto a TV pode oferecer. Mesmo assim,
com a proibição das transmissões diretas, o interesse não é muito grande. Os
vídeo-tapes são exibidos depois dos espetáculos e muitas vezes entram pela
madrugada.
Solução: a rede nacional
Assim se
arrasta a televisão no Brasil, hoje. Para tirá-la da crise em que se afunda,
seus dirigentes sonham com uma solução: organizá-la em redes de cobertura
nacional, "É o caminho natural para vencer nossas dificuldades", diz
Fernando Severino, da TV Tupi de São Paulo.
— A Excelsior
caminha para a formação de uma rede racionalmente estruturada — diz Alberto
Saad.
Walter Clark
também sustenta a necessidade das redes nacionais, mesmo considerando que a TV Globo
só tem três emissoras — Rio, São Paulo e Bauru. Nos escritórios de comando das
outras emissoras, porém, já se informa com segurança que a TV Globo assumiu o
controle financeiro da TV Guajajaras, de Belém, e prepara-se para funcionar
também em Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre e Salvador.
Primeiros
passos concretos para a formação das redes nacionais: a criação do Telecentro,
nas Associadas, com roteiro de custos por toda a cadeia; instalação da
Teleproduções Globo; e a Central de Produções Excelsior. À TV Record de São
Paulo, que ainda se mantém equilibrada, abre-se o caminho dos convênios com
outras emissoras. E as demais, se estiverem em má situação, serão absorvidas.
Ou morrerão. O funcionamento em rede
criará um mercado obrigatório para as centrais de produção.
— O
Telecentro das Associadas, no Rio, tem uma verba de 600 milhões e produz 30
shows mensais — diz Fernando Severino.
Apesar
disso, em quase todos os Estados, as TVs Associadas ainda continuam comprando
programas de outras emissoras, gastando entre 100 e 150 milhões de cruzeiros
por mês. Em Belo Horizonte, o canal 4 apresentou a novela "O Sheik de
Agadir", comprada à TV Globo do Rio; além de "o Fino"-e o
"Corte-Rayol Show", da Record de São Paulo. Mas já se sabe que as
Associadas vão parar de comprar programas dos outros.
Muitas dificuldades pela frente
As
dificuldades são muitas para se chegar à organização em redes. Para começar,
nem sequer se sabe com segurança quantos televisores há. Recentemente o IBOPE
informava ao Contei que o Brasil tinha quatro milhões de aparelhos. Mas, pouco
antes disso, uma revista especializada em economia dizia que havia apenas dois
milhões e 200 mil. Agora, o Contei pediu ao IBGE um levantamento geral.
As pesquisas
de audiência também falham. Só o IBOPE se encarrega disso regularmente, assim
mesmo limitando-se ao Rio e São Paulo. Em outras cidades, as pesquisas são
feitas apenas a pedido de anunciantes, agências de publicidade ou emissoras. Na
Guanabara, o IBOPE extrai os índices de audiência computando os municípios
vizinhos de Nilópolis, Caxias, Nova Iguaçu, Mesquita e Niterói — com cerca de
900 mil residências, em que há aparelhos de televisão. Mas em São Paulo a
pesquisa ficou só no perímetro urbano, sem os municípios vizinhos que formam a
Grande São Paulo, acusando apenas 700 mil aparelhos. Deste modo, os índices não
podem ser uniformes: Chacrinha, por exemplo, que tem maior público nas camadas
populares, sempre comandou a audiência no Rio, mas em São Paulo, onde
certamente também é bem recebido, nunca chegou a posições destacadas nas
pesquisas.
As redes
precisarão vencer ainda dificuldades legais. Por determinação do governo, uma
só organização não pode ter mais de cinco emissoras em todo o país. O prazo da
lei para se regularizarem é curto, as dívidas precisam ser pagas, os programas
caem cada vez mais. Os homens de televisão conhecem todos estes obstáculos.
Sabem que anúncios bem mais caros — e, portanto, em menor quantidade —
aumentariam o faturamento das estações, possibilitando melhorar o nível geral
da programação, Para isso, entretanto é imprescindível que se reduza o número
de canais pois a verba dos anunciantes é fixa. Com mais dinheiro, nossa TV
poderá até enfrentar a responsabilidade que tem com o país, criando programas
verdadeiramente educacionais. São esses os problemas. Resta ver, agora, se os
homens da televisão vão saber enfrentá-los.
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Fonte:
Revista Realidade. Ano II, Nº 15 - Junho de 1967. Editora Abril. São Paulo, págs. 142-147.
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