Simbolismo
A poesia,
com o Parnasianismo, afastou-se de sua essência de liberdade e singeleza
criadora, tornando-se demasiadamente formal, artesanal e exterior.
Reagindo
contra esse tipo de literatura, surgiu na França um movimento a princípio
chamado de Decadentismo. Seus adeptos, decadentes
ou nefelibatas, isto é, habitantes
das nuvens, tinham por base as ideias de Baudelaire, Verlaine e Mallarmé.
Aliás, curiosamente vários deles haviam começado suas carreiras literárias
publicando seus poemas na revista porta-voz do Parnasianismo, Le Parnasse Contemporain. Em 1886, Jean
Moréas propôs a troca do termo decadente
por simbolista.
Historicamente,
o Simbolismo tem suas raízes profundas nos traços românticos que haviam
permanecido subjacentes durante as escolas realista, naturalista e parnasiana.
No Brasil,
deu-se, em 1891, a publicação do primeiro manifesto desse movimento no jornal
carioca Folha Popular. Outra data
importante é 1893, ano da publicação de Missal
e Broqueis, de Cruz e Sousa.
Embora tenha
sido bastante efêmero no Brasil, o Simbolismo provocou uma profunda revolução
em nossas letras, e criou condições favoráveis à libertação da linguagem e da
técnica literária que o movimento modernista faria em seguida.
Segundo
Afrânio Coutinho, são os seguintes os postulados básicos do Simbolismo:
a) elemento
intelectual: conteúdo relacionado com o espiritual, o místico e o
subconsciente;
b) concepção
mística da vida;
c) interesse
maior pelo particular e individual, do que pelo geral ou universal;
d) tom
altamente poético;
e) tentativa
de afastamento da realidade e da sociedade contemporânea;
f) conhecimento
intuitivo e não lógico;
g) ênfase na
imaginação e na fantasia;
h) desprezo
à Natureza em troca do místico e do sobrenatural;
i) pouco
interesse pelo enredo e ação na narrativa;
j) personagens
são, de preferência, seres humanos em momentos incomuns; interesse no espírito
íntimo das pessoas;
l) busca da
seleção dos elementos que contribuem para a fantasia ou os que apresentam a
essência em vez da realidade;
m) linguagem
ornada, colorida, exótica, poética, em que as palavras são escolhidas pela
sonoridade, ritmo, colorido, fazendo-se arranjos artificiais de partes ou
detalhes para criar impressões sensíveis, sugerindo antes que descrevendo e
explicando."
Além de Cruz
e Sousa, destaca-se na poesia simbolista brasileira Alphonsus de Guimaraens.
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Fonte:
Estudo Dirigido de Português, por: J. Milton Benemann e Luís A. Cadore. Editora Ática, 17ª Edição. São Paulo, 1984, págs. 148-149.
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