domingo, 17 de julho de 2016

Simbolismo

Simbolismo
A poesia, com o Parnasianismo, afastou-se de sua essência de liberdade e singeleza criadora, tornando-se demasiadamente formal, artesanal e exterior.
Reagindo contra esse tipo de literatura, surgiu na França um movimento a princípio chamado de Decadentismo. Seus adeptos, decadentes ou nefelibatas, isto é, habitantes das nuvens, tinham por base as ideias de Baudelaire, Verlaine e Mallarmé. Aliás, curiosamente vários deles haviam começado suas carreiras literárias publicando seus poemas na revista porta-voz do Parnasianismo, Le Parnasse Contemporain. Em 1886, Jean Moréas propôs a troca do termo decadente por simbolista.
Historicamente, o Simbolismo tem suas raízes profundas nos traços românticos que haviam permanecido subjacentes durante as escolas realista, naturalista e parnasiana.
No Brasil, deu-se, em 1891, a publicação do primeiro manifesto desse movimento no jornal carioca Folha Popular. Outra data importante é 1893, ano da publicação de Missal e Broqueis, de Cruz e Sousa.
Embora tenha sido bastante efêmero no Brasil, o Simbolismo provocou uma profunda revolução em nossas letras, e criou condições favoráveis à libertação da linguagem e da técnica literária que o movimento modernista faria em seguida.
Segundo Afrânio Coutinho, são os seguintes os postulados básicos do Simbolismo:
a) elemento intelectual: conteúdo relacionado com o espiritual, o místico e o subconsciente;
b) concepção mística da vida;
c) interesse maior pelo particular e individual, do que pelo geral ou universal;
d) tom altamente poético;
e) tentativa de afastamento da realidade e da sociedade contemporânea;
f) conhecimento intuitivo e não lógico;
g) ênfase na imaginação e na fantasia;
h) desprezo à Natureza em troca do místico e do sobrenatural;
i) pouco interesse pelo enredo e ação na narrativa;
j) personagens são, de preferência, seres humanos em momentos incomuns; interesse no espírito íntimo das pessoas;
l) busca da seleção dos elementos que contribuem para a fantasia ou os que apresentam a essência em vez da realidade;
m) linguagem ornada, colorida, exótica, poética, em que as palavras são escolhidas pela sonoridade, ritmo, colorido, fazendo-se arranjos artificiais de partes ou detalhes para criar impressões sensíveis, sugerindo antes que descrevendo e explicando."
Além de Cruz e Sousa, destaca-se na poesia simbolista brasileira Alphonsus de Guimaraens.


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Fonte:
Estudo Dirigido de Português, por: J. Milton Benemann e Luís A. Cadore. Editora Ática, 17ª Edição. São Paulo, 1984, págs. 148-149.

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