segunda-feira, 18 de julho de 2016

Parnasianismo

Parnasianismo
O Parnasianismo foi um movimento literário que se originou na França entre os anos 1860/1870. Importância para a divulgação e estabelecimento do novo credo poético teve O Parnaso Contemporâneo, antologia publicada pela primeira vez em 1866. Reunindo composições de Théophile Gautier (1811-1872), Théodore de Banville (1823-1891), Leconte de Lisle (1818-1894) e outros, O Parnaso Contemporâneo veiculou a nova doutrina poética. Reagindo contra o sentimentalismo choramingas da estética romântica, o movimento parnasiano recuperou alguns dos ideais artísticos clássicos: impassibilidade, racionalismo, universalismo e apuro formal. Este retorno à postura clássica já está denunciado no título da antologia que inaugurou a nova estética: Parnaso era um monte grego; aí estavam localizados a fonte Castália, inspiradora dos poetas, e o Oráculo de Delfos. Opondo-se ao movimento anterior, a poesia parnasiana repudia valores e atitudes românticas. Assim, despreza a inspiração 'e os derramamentos sentimentais, que são substituídos pelo laborioso trabalho artesanal do texto e pelo controle que a Razão exerce sobre a emoção. Avesso à sondagem mesmo superficial do "eu", o Parnasianismo se volta para a realidade exterior, tendo por finalidade exclusiva a expressão do Belo.
A seguir oferecemos dois textos teóricos que discorrem acerca do Parnasianismo. Leia-os atentamente e responda às questões que lhe serão propostas.
O iniciador da reforma parnasiana foi Théophile Gautier (1811-1872). Para Gautier, a poesia devia ter por finalidade exprimir, não a meditação filosófica, não as inquietações morais do homem, não os seus sofrimentos, sua dor, mas tão só a beleza que o mundo nos oferece nas suas paisagens e a arte nas suas criações; o fim do poeta era, assim, fazer a arte pela arte, isto é, a arte sem outro objetivo que não a expressão do belo; a obra do poeta tinha de confundir-se no caráter, nas intenções, com as obras dos pintores e dos escultores, com os "esmaltes" e "camafeus". A doutrina poética de Gautier, da arte pela arte, exemplificada em 1852, na obra Esmaltes e Camafeus, encontrou de pronto fervoroso discípulo, Leconte de Lisle (1818-1894).
Mas Leconte de Lisle não foi apenas um discípulo fervoroso de Gautier, foi o definidor e o grande propagandista da nova doutrina poética. Reunindo em torno de si um grupo de jovens poetas, unidos pela mesma concepção da arte poética, fez publicar, em 1866, uma antologia da nova poesia, Parnaso Contemporâneo. As discussões e as polêmicas nascidas do Parnaso foram suficientes para definir a escola poética que, de então por diante, passou a chamar-se parnasiana.
A palavra parnaso foi usada no sentido que lhe davam no Classicismo, isto é, antologia poética. O Parnaso Contemporâneo teve um segundo número, datado de 1869, mas só divulgado depois de 1871.
(Antônio Soares Amora, Teoria da Literatura, 6ª ed., São Paulo, Clássico-Científica, 1965, p. 204).


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Fonte:
Português para Segundo Grau: Língua e Literatura, por: Francisco Maciel Silveira. Editora Culturix. São Paulo, 1984, págs. 165-166.

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