Parnasianismo
O
Parnasianismo foi um movimento literário que se originou na França entre os
anos 1860/1870. Importância para a divulgação e estabelecimento do novo credo
poético teve O Parnaso Contemporâneo,
antologia publicada pela primeira vez em 1866. Reunindo composições de
Théophile Gautier (1811-1872), Théodore de Banville (1823-1891), Leconte de
Lisle (1818-1894) e outros, O Parnaso
Contemporâneo veiculou a nova doutrina poética. Reagindo contra o
sentimentalismo choramingas da estética romântica, o movimento parnasiano
recuperou alguns dos ideais artísticos clássicos: impassibilidade,
racionalismo, universalismo e apuro formal. Este retorno à postura clássica já
está denunciado no título da antologia que inaugurou a nova estética: Parnaso
era um monte grego; aí estavam localizados a fonte Castália, inspiradora dos
poetas, e o Oráculo de Delfos. Opondo-se ao movimento anterior, a poesia
parnasiana repudia valores e atitudes românticas. Assim, despreza a inspiração
'e os derramamentos sentimentais, que são substituídos pelo laborioso trabalho
artesanal do texto e pelo controle que a Razão exerce sobre a emoção. Avesso à
sondagem mesmo superficial do "eu", o Parnasianismo se volta para a
realidade exterior, tendo por finalidade exclusiva a expressão do Belo.
A seguir
oferecemos dois textos teóricos que discorrem acerca do Parnasianismo. Leia-os
atentamente e responda às questões que lhe serão propostas.
O iniciador
da reforma parnasiana foi Théophile Gautier (1811-1872). Para Gautier, a poesia
devia ter por finalidade exprimir, não a meditação filosófica, não as
inquietações morais do homem, não os seus sofrimentos, sua dor, mas tão só a
beleza que o mundo nos oferece nas suas paisagens e a arte nas suas criações; o
fim do poeta era, assim, fazer a arte
pela arte, isto é, a arte sem outro objetivo que não a expressão do belo; a
obra do poeta tinha de confundir-se no caráter, nas intenções, com as obras dos
pintores e dos escultores, com os "esmaltes" e "camafeus".
A doutrina poética de Gautier, da arte
pela arte, exemplificada em 1852, na obra Esmaltes e Camafeus,
encontrou de pronto fervoroso discípulo, Leconte de Lisle (1818-1894).
Mas Leconte
de Lisle não foi apenas um discípulo fervoroso de Gautier, foi o definidor e o
grande propagandista da nova doutrina poética. Reunindo em torno de si um grupo
de jovens poetas, unidos pela mesma concepção da arte poética, fez publicar, em
1866, uma antologia da nova poesia, Parnaso
Contemporâneo. As discussões e as polêmicas nascidas do Parnaso foram
suficientes para definir a escola poética que, de então por diante, passou a
chamar-se parnasiana.
A palavra parnaso foi usada no sentido que lhe
davam no Classicismo, isto é, antologia poética. O Parnaso Contemporâneo teve um segundo número, datado de 1869, mas
só divulgado depois de 1871.
(Antônio Soares Amora, Teoria da Literatura,
6ª ed., São Paulo, Clássico-Científica, 1965, p. 204).
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Fonte:
Português para Segundo Grau: Língua e Literatura, por: Francisco Maciel Silveira. Editora Culturix. São Paulo, 1984, págs. 165-166.
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