Cabide
Por: Juliana
Parente
Ele
tem 4 mil anos, mas já foi trocado por baús por conta da moda medieval
O cabide tem
mais de 4 mil anos, mas continua com a mesma carinha. Na primeira imagem que se
conhece do acessório, ele está nas mãos da deusa Atena, grafado numa ânfora de
250 a.C. - e é bem parecido com o que a gente tem em casa. Hieróglifos
extraídos de um sarcófago de 2000 a.C., atualmente em exposição no Museu do
Cairo, já faziam referência ao objeto, presente no cotidiano das rainhas e dos
reis egípcios.
O uso do
cabide, no entanto, era diferente. A ideia não era manter a roupa pendurada,
facilitando a escolha. Eles eram usados apenas como um recurso para ajudar a
preservar as túnicas, cerzidas em tecidos muito delicados, como a seda.
Dispostos na vertical e em local ventilado, os trajes acabavam durando mais.
Durante a Idade Média, porém, os cabides desapareceram. Como a moda era usar
uma roupa que mais parecia um carnisolão de lã, linho ou algodão, que não
precisava de cuidados especiais, tudo era mantido em arcas. Segundo o historiador
Philippe Ariès em A História da Vida
Privada, a situação só começaria a mudar a partir do século 14, quando os
móveis ganham um caráter mais permanente. Aos poucos, os baús passaram a ser
tidos como objetos de arte até o momento em que, finalmente, cederiam lugar ao
guarda-roupa, com suas prateleiras e suportes para pendurar.
Daí à
popularização dos cabides, porém, foi uma longa jornada. Em 1903, o canadense
Albert Parkhouse inventou o modelo mais popular já produzido até então. Segundo
o Museu do Cabide (acervo online montado pela Auburn University, no Alabama), o
departamento de patentes americano registrou cerca de 200 versões de
penduradores na primeira década do século 20: para camisas, saias, casacos,
modelos dobráveis e mais toda a sorte de variações que as necessidades puderam
sugerir.
---
Fonte:
Revista Aventuras na História. Edição 41 - Janeiro de 2007. Editora Abril. São Paulo, pág.18.
Fonte:
Revista Aventuras na História. Edição 41 - Janeiro de 2007. Editora Abril. São Paulo, pág.18.
Nenhum comentário:
Postar um comentário