Pacto Andino e Mercosul
Na América
do Sul existe desde 1969 o Pacto Andino, atualmente chamado de Comunidade
Andina das Nações (CAN), formado pelos países andinos, menos o Chile, que se
retirou em 1977. Trata-se, na realidade, de uma associação de uma época
anterior à tendência atual de globalização e que nunca caminhou a passos
largos. Provavelmente ela acabará esvaziando-se com a entrada dos países
membros no Mercosul e/ou na futura Alça.
Também na América
do Sul constituiu-se o Mercado Comum do Sul (Mercosul), formado em 1991 por
Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Bolívia, Chile, Peru, Equador, Colômbia
e Venezuela também participam, mas na condição de membros associados (e não
membros plenos). E existem acordos especiais de integração comercial entre o
Mercosul e a Comunidade Andina, e entre o Mercosul e o México. Desde sua
criação até hoje, o Mercosul promoveu um enorme crescimento no comércio entre
os quatro países fundadores, sendo o mais importante mercado comum da América
Latina e provavelmente de todo o hemisfério sul.
Mas o futuro
do Mercosul é incerto por causa da aspiração norte-americana de criar a Área de
Livre-Comércio das Américas (Alça), que congregaria praticamente todas as
economias do continente americano, com a possível exceção de Cuba. A Alça
provavelmente seria uma forma de os Estados Unidos enfrentarem a expansão da
União Europeia e, ao mesmo tempo, fortalecerem os laços com os países latino-americanos
que começaram a se enfraquecer desde a década de 1970.
Apesar de
inicialmente marcada para 2005, a criação da Alça enfrentou e ainda enfrenta
vários problemas e foi postergada. A opinião pública e o Congresso dos Estados
Unidos não estão muito dispostos a aceitar mais essa organização internacional
(eles mal toleram o Nafta). Na visão deles, a Alça só beneficiaria as economias
mais pobres (essa é uma opinião muito corrente nesse país, embora extremamente
duvidosa).
Além disso,
os Estados membros plenos do Mercosul, liderados pelo Brasil, veem com
desconfiança essa pretensão do governo estadunidense. Eles acreditam, com certa
razão, que a Alça poderá esvaziar o Mercosul e tornar novamente esses países,
que já exportam produtos industrializados em grande quantidade (Argentina e,
principalmente, Brasil), meros exportadores de matérias-primas ou produtos
semi-elaborados para a economia norte-americana.
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Fonte:
Geografia: Geral e do Brasil, por: José William Vesentini. Editora Ática, 1ª Edição. São Paulo, 2011, pág. 214.
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