terça-feira, 19 de julho de 2016

Pacto Andino e Mercosul

Pacto Andino e Mercosul
Na América do Sul existe desde 1969 o Pacto Andino, atualmente chamado de Comunidade Andina das Nações (CAN), formado pelos países andinos, menos o Chile, que se retirou em 1977. Trata-se, na realidade, de uma associação de uma época anterior à tendência atual de globalização e que nunca caminhou a passos largos. Provavelmente ela acabará esvaziando-se com a entrada dos países membros no Mercosul e/ou na futura Alça.
Também na América do Sul constituiu-se o Mercado Comum do Sul (Mercosul), formado em 1991 por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Bolívia, Chile, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela também participam, mas na condição de membros associados (e não membros plenos). E existem acordos especiais de integração comercial entre o Mercosul e a Comunidade Andina, e entre o Mercosul e o México. Desde sua criação até hoje, o Mercosul promoveu um enorme crescimento no comércio entre os quatro países fundadores, sendo o mais importante mercado comum da América Latina e provavelmente de todo o hemisfério sul.
Mas o futuro do Mercosul é incerto por causa da aspiração norte-americana de criar a Área de Livre-Comércio das Américas (Alça), que congregaria praticamente todas as economias do continente americano, com a possível exceção de Cuba. A Alça provavelmente seria uma forma de os Estados Unidos enfrentarem a expansão da União Europeia e, ao mesmo tempo, fortalecerem os laços com os países latino-americanos que começaram a se enfraquecer desde a década de 1970.
Apesar de inicialmente marcada para 2005, a criação da Alça enfrentou e ainda enfrenta vários problemas e foi postergada. A opinião pública e o Congresso dos Estados Unidos não estão muito dispostos a aceitar mais essa organização internacional (eles mal toleram o Nafta). Na visão deles, a Alça só beneficiaria as economias mais pobres (essa é uma opinião muito corrente nesse país, embora extremamente duvidosa).
Além disso, os Estados membros plenos do Mercosul, liderados pelo Brasil, veem com desconfiança essa pretensão do governo estadunidense. Eles acreditam, com certa razão, que a Alça poderá esvaziar o Mercosul e tornar novamente esses países, que já exportam produtos industrializados em grande quantidade (Argentina e, principalmente, Brasil), meros exportadores de matérias-primas ou produtos semi-elaborados para a economia norte-americana.

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Fonte:
Geografia: Geral e do Brasil, por: José William Vesentini. Editora Ática, 1ª Edição. São Paulo, 2011, pág. 214.

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