terça-feira, 19 de julho de 2016

Sinais de Pontuação

A pontuação
As pausas que acontecem quando uma oração é proferida e a melodia ou entoação que acompanha a emissão das orações são graficamente assinaladas pelos sinais de pontuação. Os que indicam pausa são: a vírgula (,), o ponto (.), o ponto e vírgula (;). Os que marcam a entoação são os dois pontos (:), o ponto de interrogação (?), o ponto de exclamação (!), as reticências(...), as aspas ("), os parênteses ( ), os colchetes [ ], o travessão ().

A vírgula
É uma pausa de curta duração. Dentro da oração a vírgula serve:
1 - Para separar elementos que têm a mesma função sintética (sujeito composto, complementos, adjuntos) a não ser que venham separados por e, nem: O sol, as estrelas, a Terra são obras de Deus. Ela é encantadora, amável, delicada.
2 - Para separar elementos que têm diversa função sintática, geralmente para realçá-los:
a) - Para separar o aposto ou qualquer elemento explicativo: João, o sapateiro, tem dois lindos filhos.
b) - Para separar o adjunto adverbial antecipado ou a subordinada adverbial antecipada: Antes do almoço, tomo um aperitivo. Se você me convidar, irei à sua festa.
c) - Para separar o nome do lugar nas datas: São Paulo, 20 de setembro de 1950.
d) - Para indicar supressão de palavras (em geral o verbo) ou grupo de palavras: Veio a velhice; com ela, a aposentadoria (H. Sales).
Entre orações a vírgula serve:
a) - Para separar as orações coordenadas assindéticas: Nas férias levantava-se tarde, almoçava tarde, dormia tarde.
b) - Para separar as orações coordenadas sindéticas, menos as introduzidas por "e": Ri, mas não está satisfeito.
c) - Para isolar as orações intercaladas: Ele, dizia, não era desonesto.
d) - Para isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas: Meu pai, que era professor, sabia como ensinar.

O ponto
Assinala a pausa máxima depois de um grupo fônico de final descendente. Emprega-se depois de orações declarativas. Chama-se ponto final o ponto colocado no encerramento de um enunciado escrito.

O ponto e vírgula
É uma pausa maior, não tanto como a do ponto, nem tão pequeno como a da vírgula. Geralmente se usa para:
a) - Separar, num período, as orações da mesma natureza que tenham certa extensão: Todas as obras de Deus são maravilhosas; porém a maior de todas as maravilhas é a existência do mesmo Deus. (M. de Maricá).
b) - Separar partes de um período, das quais uma pelo menos esteja subdividida por vírgula: A rosa, o perfume, o espinho estão juntos; a beleza, a traição, a desgraça também estão juntas.
c)  Separar os diversos itens nas leis, decretos, portarias, regulamentos etc.

Os dois pontos
Marcam uma sensível suspensão da voz na melodia de uma frase não concluída e se emprega:
a) - Numa citação: E Deus disse: "Faça-se a luz".
b) - Numa enumeração explicativa: Estavam lá algumas pessoas da família: o pai, um irmão, o avô.
Num esclarecimento, numa síntese ou numa consequência do que foi enunciado: Não sou alegre nem triste: sou poeta. (C. Meireles).

O ponto de interrogação
Usa-se no final de toda a interrogativa direta: Você já foi à Bahia? Nas perguntas que denotam surpresa, junta-se ao ponto de interrogação o de exclamação: Então você ainda não sabe de nada?!

O ponto de exclamação
Usa-se depois de enunciados de entoação exclamativa, ou seja, depois de interjeições (Puxa!), vocativos, apóstrofes, imperativos: Deus! ó Deus! onde estás que não respondes? (C. Alves).

As reticências
Marcam a interrupção da frase. Empregam-se para:
a) - Indicar que o narrador interrompe uma ideia que começou a exprimir, para indicar hesitação, surpresa, dúvida, timidez etc.: Era noite... não sei se devia ir... Mas...
b) - Indicar o corte da fala de um personagem pela intromissão de um outro; antes de uma palavra ou expressão que se quer realçar: Ê as pedras... essas... pisa-as toda a gente!... (F. Espanca).

As aspas
Usam-se no início e fim de uma citação para distingui-la do resto do contexto, para fazer sobressair termos, expressões, geralmente as estranhas à língua. (Ele aplicou um "jab" de direita.), para dar significação irônica a palavras e expressões (Como pai ele é "ótimo").

Os parênteses
Usam-se para intercalar num texto qualquer indicação acessória, como comentários à margem do que se afirma, notas emocionais expressas de maneira exclamativa e interrogativa (Era já dia (e que dia...) o sol...); referências a datas, indicações bibliográficas: (Monteiro Lobato, Cidades Mortas, 1945).
Os colchetes
São uma variedade de parênteses, de uso bem restrito. Servem para separar internamente elementos já separados por parênteses; para separar observações próprias que um autor coloca numa transcrição de texto alheio; quando se deseja incluir, numa referência bibliográfica, indicações que não constem da obra citada: José de Alencar, O Guarani, 2.a edição, Rio, B. L. Garnier [1864].

O travessão
Emprega-se para indicar, num diálogo, a mudança de interlocutor:  
— Bom dia, como vai?
— Vou bem, obrigado.
Emprega-se também para isolar, num contexto, palavras ou frases: "Duas horas depois — a tempestade ;ainda dominava a cidade e o mar — o Canavieras" ia encostando no cais. (J. Amado).


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Fonte:
Enciclopédia do Ensino Integrado e Supletivo: Língua Portuguesa, por: Paulo de Oliveira. Li-Bra Editora. São Paulo, 1979, págs. 67-68.

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