A pontuação
As pausas
que acontecem quando uma oração é proferida e a melodia ou entoação que
acompanha a emissão das orações são graficamente assinaladas pelos sinais de
pontuação. Os que indicam pausa são: a vírgula (,), o ponto (.), o ponto
e vírgula (;). Os que marcam a
entoação são os dois pontos (:), o
ponto de interrogação (?), o ponto
de exclamação (!), as reticências(...), as aspas ("), os parênteses ( ),
os colchetes [ ], o travessão (—).
A vírgula
É uma pausa
de curta duração. Dentro da oração a vírgula serve:
1 - Para
separar elementos que têm a mesma função sintética (sujeito composto,
complementos, adjuntos) a não ser que venham separados por e, nem: O sol, as
estrelas, a Terra são obras de Deus. Ela é encantadora, amável, delicada.
2 - Para
separar elementos que têm diversa função sintática, geralmente para realçá-los:
a) - Para
separar o aposto ou qualquer elemento explicativo: João, o sapateiro, tem dois
lindos filhos.
b) - Para
separar o adjunto adverbial antecipado ou a subordinada adverbial antecipada:
Antes do almoço, tomo um aperitivo. Se você me convidar, irei à sua festa.
c) - Para
separar o nome do lugar nas datas: São Paulo, 20 de setembro de 1950.
d) - Para
indicar supressão de palavras (em geral o verbo) ou grupo de palavras: Veio a
velhice; com ela, a aposentadoria (H. Sales).
Entre
orações a vírgula serve:
a) - Para
separar as orações coordenadas assindéticas: Nas férias levantava-se tarde,
almoçava tarde, dormia tarde.
b) - Para
separar as orações coordenadas sindéticas, menos as introduzidas por
"e": Ri, mas não está satisfeito.
c) - Para
isolar as orações intercaladas: Ele, dizia, não era desonesto.
d) - Para
isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas: Meu pai, que era
professor, sabia como ensinar.
O ponto
Assinala a
pausa máxima depois de um grupo fônico de final descendente. Emprega-se depois
de orações declarativas. Chama-se ponto final o ponto colocado no encerramento
de um enunciado escrito.
O ponto e vírgula
É uma pausa
maior, não tanto como a do ponto, nem tão pequeno como a da vírgula. Geralmente
se usa para:
a) - Separar,
num período, as orações da mesma natureza que tenham certa extensão: Todas as
obras de Deus são maravilhosas; porém a maior de todas as maravilhas é a
existência do mesmo Deus. (M. de Maricá).
b) - Separar
partes de um período, das quais uma pelo menos esteja subdividida por vírgula:
A rosa, o perfume, o espinho estão juntos; a beleza, a traição, a desgraça
também estão juntas.
c) Separar os diversos itens nas leis, decretos,
portarias, regulamentos etc.
Os dois pontos
Marcam uma
sensível suspensão da voz na melodia de uma frase não concluída e se emprega:
a) - Numa
citação: E Deus disse: "Faça-se a luz".
b) - Numa
enumeração explicativa: Estavam lá algumas pessoas da família: o pai, um irmão,
o avô.
Num
esclarecimento, numa síntese ou numa consequência do que foi enunciado: Não sou
alegre nem triste: sou poeta. (C. Meireles).
O ponto de interrogação
Usa-se no final
de toda a interrogativa direta: Você já foi à Bahia? Nas perguntas que denotam
surpresa, junta-se ao ponto de interrogação o de exclamação: Então você ainda
não sabe de nada?!
O ponto de exclamação
Usa-se
depois de enunciados de entoação exclamativa, ou seja, depois de interjeições
(Puxa!), vocativos, apóstrofes, imperativos: Deus! ó Deus! onde estás que não
respondes? (C. Alves).
As reticências
Marcam a
interrupção da frase. Empregam-se para:
a) - Indicar
que o narrador interrompe uma ideia que começou a exprimir, para indicar
hesitação, surpresa, dúvida, timidez etc.: Era noite... não sei se devia ir...
Mas...
b) - Indicar
o corte da fala de um personagem pela intromissão de um outro; antes de uma
palavra ou expressão que se quer realçar: Ê as pedras... essas... pisa-as toda
a gente!... (F. Espanca).
As aspas
Usam-se no
início e fim de uma citação para distingui-la do resto do contexto, para fazer
sobressair termos, expressões, geralmente as estranhas à língua. (Ele aplicou
um "jab" de direita.), para dar significação irônica a palavras e
expressões (Como pai ele é "ótimo").
Os parênteses
Usam-se para
intercalar num texto qualquer indicação acessória, como comentários à margem do
que se afirma, notas emocionais expressas de maneira exclamativa e
interrogativa (Era já dia (e que dia...) o sol...); referências a datas,
indicações bibliográficas: (Monteiro Lobato, Cidades Mortas, 1945).
Os colchetes
São uma
variedade de parênteses, de uso bem restrito. Servem para separar internamente
elementos já separados por parênteses; para separar observações próprias que um
autor coloca numa transcrição de texto alheio; quando se deseja incluir, numa
referência bibliográfica, indicações que não constem da obra citada: José de
Alencar, O Guarani, 2.a edição, Rio, B. L. Garnier [1864].
O travessão
Emprega-se
para indicar, num diálogo, a mudança de interlocutor:
— Bom dia,
como vai?
— Vou bem,
obrigado.
Emprega-se
também para isolar, num contexto, palavras ou frases: "Duas horas depois —
a tempestade ;ainda dominava a cidade e o mar — o Canavieras" ia
encostando no cais. (J. Amado).
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Fonte:
Enciclopédia do Ensino Integrado e Supletivo: Língua Portuguesa, por: Paulo de Oliveira. Li-Bra Editora. São Paulo, 1979, págs. 67-68.
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