Língua Portuguesa: História
O Português é derivado do latim, língua que era falada em uma região da Península Itálica — o Lácio (onde hoje se localiza Roma). Mais tarde, passou a ser a língua dominante de toda a península. Com as sucessivas invasões romanas, o latim foi levado para os países conquistados. A Península Ibérica (que corresponde, hoje, à Espanha e Portugal) foi uma das províncias dominadas pelos romanos. Os povos que nela habitavam acabaram assimilando a língua falada pelos dominadores. Além do aspecto linguístico, os romanos foram pouco a pouco influenciando os costumes e as crenças dos povos conquistados. Estes, por sua vez, também contribuíram para a transformação do latim, com seus hábitos linguísticos.
Várias
causas contribuíram para a modificação do latim:
• A língua
falada pelos soldados romanos não era o latim culto, erudito; era o latim
popular, uma língua por isso mesmo em constante evolução;
• As
conquistas romanas ocorreram em épocas diferentes e numa e vasta extensão geográfica
(conforme vimos no mapa).
Foram esses
alguns dos fatores que deram origem à formação das chamadas línguas neolatinas
ou românicas: o romeno, o francês, o espanhol, o italiano, o português.
Formação da língua portuguesa
Foi decisiva
a transformação do latim vulgar para a formação da língua portuguesa; outros
fatores, porém, tiveram também especial importância no processo de seu
desenvolvimento.
Com a
invasão dos bárbaros na Península Ibérica (século V), a dominação romana
enfraqueceu-se. Embora alterado, o latim não desapareceu. Dos povos bárbaros,
foram os vândalos, os suevos e os visigodos que mais influência exerceram na
cultura da Península Ibérica; trouxeram, principalmente, inovações no
vocabulário, na pronúncia.
Mais tarde,
no século VIII, foi a vez dos árabes invadirem o solo peninsular. Eles possuíam
uma civilização superior à existente na península. Adotou-se o árabe como
língua oficial; entretanto, o povo subjugado continuou a falar o latim vulgar
modificado. A influência árabe junto a esses povos se fez sentir apenas quanto
ao vocabulário.
Com a
invasão dos bárbaros e dos árabes e com a queda do Império Romano no ocidente,
houve o aparecimento de vários dialetos, entre eles, o galego-português, do
qual surgiu o português.
A partir de
meados do século XIV, começa a haver uma diferenciação cada vez maior entre o
galego — dialeto espanhol falado em Galiza — e o português. O falar da
nacionalidade portuguesa distinguiu-se dos falares de outras regiões graças:
a) à
dialetação do latim vulgar;
b) à
influência dos bárbaros e dos árabes que deram feições típicas ao falar da
faixa ocidental da Península Ibérica. Com a independência política de Portugal
resultou a separação dos dois idiomas: o galego e o português. Já no século XII
começaram a aparecer textos escritos com características da língua portuguesa.
Épocas e fases
Leite de
Vasconcelos divide a história da língua portuguesa em três grandes épocas:
a) A pré-histórica: desde as origens da
língua até o século IX. Neste período surgem os primeiros documentos
latino-portugueses.
b) A proto-histórica: do século IX ao XII.
Os textos que então aparecem comprovam a existência do dialeto
galaico-português.
c) A histórica: do século XII até nossos
dias. Os textos aparecem redigidos em português. A época histórica subdivide-se
em duas fases:
• Arcaica (do século XII ao XVI);
• Moderna (do século XVI para cá).
Expansão
A língua
portuguesa espalhou-se rapidamente por todas as partes do mundo, a partir das
grandes descobertas marítimas empreendidas pelos lusitanos.
Hoje, a
língua portuguesa é falada nas seguintes regiões:
• Europa: Portugal, Ilha da Madeira, Açores;
• América: Brasil;
• África: Cabo Verde, Guiné, Angola, Moçambique, Zanzibar,
Mombaça;
• Ásia: Goa, Ceilão, Macau, Java, Singapura.
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Fonte:
Língua & Literatura, por: Maria da Conceição Castro. Editora Saraiva, 1ª Edição. São Paulo, 1993, págs. 136-139.
Fonte:
Língua & Literatura, por: Maria da Conceição Castro. Editora Saraiva, 1ª Edição. São Paulo, 1993, págs. 136-139.
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