José Martiniano de Alencar
(Mecejana/CE, 1829 — Rio de Janeiro/RJ, 1877)
(Mecejana/CE, 1829 — Rio de Janeiro/RJ, 1877)
Transfere-se com
a família para o Rio de Janeiro, onde faz os primeiros estudos. Apaixona-se
muito cedo pela literatura. Em 1843, leva para São Paulo esboços de romance.
É nessa cidade que faz o curso de Direito. Fica conhecido sob o pseudônimo de Ig; critica o poema de Gonçalves de
Magalhães, escrevendo, em 1856, Cartas sobre a Confederação dos Tamoios, o
que motiva um séria polemica. Esse fato desgosta o imperador D. Pedro II. Sofre
terrível campanha da parte de José Feliciano de Castilho e de Franklin Távora,
apoiados por D. Pedro II. Defendeu a autonomia do falar português no Brasil, e,
por isso, foi acusado de fazer incorreções de linguagem.
José de Alencar
é o mais importante dos romancistas românticos, devido à diversidade e extensão
de sua obra, à sua linguagem rica e poética, e aos temas de caráter nacional
que utilizou. Segundo Raquel de Queirós, "Alencar é o verdadeiro pai do
nosso romance".
O estilo
alencariano é uma das grandes contribuições à literatura brasileira
incipiente. Alencar preocupa-se com o problema da língua e do estilo. A sua
obra traduz particularidades sintáticas e vocabulares do falar brasileiro.
Enriquece a língua literária de inúmeros tupinismos e brasileirismos. Além
disso, seu estilo é sonoro e brilhante, um tanto declamatório, ao gosto da
época.
Sua obra
compreende romances urbanos, indianistas, regionalistas e históricos. Em seus romances
urbanos, Alencar retrata a vida no Rio de Janeiro, à época do Segundo Império,
mostrando os costumes burgueses brasileiros. Seus romances revelam dramas
sociais e morais como a hipocrisia, a corrupção da sociedade, o casamento por
conveniência, o patriarcalismo. Defende os direitos da mulher ao amor e à
liberdade, estudando perfis femininos complicados e profundos. São livros desta
fase: A Viuvinha e Cinco Minutos, Diva, Senhora, A Pata da Gazela,
Sonhos D'ouro, Lucíola, Encarnação.
Os romances
regionalistas de Alencar representam quadros de várias regiões brasileiras: o
sul (O Gaúcho), a área rural fluminense (O Tronco do Ipê) e o
nordeste (O Sertanejo). Através da exploração dessas características
regionais do país, Alencar busca criar uma literatura verdadeiramente
nacional, marcada pela exaltação dos diversos tipos e das diferentes paisagens
brasileiras.
Como criador de romances
indianistas, Alencar tenta representar um selvagem que simbolize a autonomia
americana e a afirmação nacional. Cria personagens indígenas marcados pelas
qualidades morais, pela honra e pela pureza, influenciado pela teoria do
"bom selvagem" de Rousseau. São índios, na verdade, que representam
os valores da cristandade e da nobreza, idealizados ao extremo, muitas vezes
perdendo, na obra de Alencar, as características próprias de sua cultura. Além
disso, na tentativa de ressaltar valores nacionais, Alencar resvala no
conflito simplista entre bem e mal, colonizador e colonizado, selvagem e
civilizado. Suas principais obras indianistas são: O Guarani, Iracema e
Ubirajara.
Finalmente, os
romances históricos de Alencar exploram as lutas pela posse da terra e pelas
riquezas brasileiras, mostrando as aventuras dos bandeirantes, o povoamento dos
sertões e os conflitos entre brasileiros e portugueses. Suas principais obras
são: As Minas de Prata, O Garatuja e A Guerra dos Mascates.
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Fonte:
Língua & Literatura: Volume 2, por: Maria da Conceição Castro. Editora Saraiva, 1ª Edição. São Paulo, 1993, pág. 135-136.
Fonte:
Língua & Literatura: Volume 2, por: Maria da Conceição Castro. Editora Saraiva, 1ª Edição. São Paulo, 1993, pág. 135-136.
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