Grafia dos Nomes Próprios
O PVOLP, no
seu "Formulário Ortográfico — Instruções para a Organização do Vocabulário
Ortográfico da Língua Portuguesa" — assinala que "os nomes próprios
personativos, locativos e de qualquer natureza, sendo portugueses ou
aportuguesados, estão sujeitos às mesmas regras estabelecidas para os nomes
comuns". Assim, com a eliminação das consoantes mudas, do h no interior
dos vocábulos, do desuso de k, w e y, com a correção feita no emprego de s ou
z, c (ou ç) e ss ou s, conforme os casos, na acentuação gráfica, etc., vários
nomes próprios se escrevem da maneira diferente de antes, como: Inês (em vez de
Ignez), Pessanha (em vez de Peçonha), Rui (em vez de Ruy), Teresa (em vez de
Thereza), etc.
Mas advertem
as instruções oficiais: "Para salvaguardar direitos individuais, quem o
quiser manterá em sua assinatura a forma consuetudinária. Poderá também ser
mantida a grafia original de quaisquer firmas, sociedades, títulos e marcas que
se achem inscritos em registro público."
Quanto aos topônimos
de origem estrangeira, "devem ser usados com as formas vernáculas de uso
vulgar; e quando não têm formas vernáculas, transcrevem-se consoante as normas
estatuídas pela Conferência de Geografia de 1923 que não contrariem os
princípios estabelecidos nestas instruções".
Quanto aos topônimos
dê tradição histórica, temos como exemplo "Bahia", que conserva esta
forma quando referente ao Estado e à cidade com esse nome.
Sobre
antropônimos estrangeiros:
É norma
fazermos corresponder nomes estrangeiros a nomes vernáculos: Tomás (por
Thomas), João (por Jean, Juan, etc.), Guilherme (por William).
Se
correspondente não houver, adapta-se, se de fácil adaptação: Nelson, Jéferson,
Uílson, Vágner, etc.
Algumas
vezes, tão familiarizados estamos com o nome estrangeiro, que melhor é adaptá-lo,
embora tenha correspondente vernáculo. Ivan (russo) adapta-se para Ivã ( é o
nosso João), Jacques será Jaques (é o nosso Jacó, etc.)
Os
sobrenomes permanecem inalteráveis; usados, porém, como nomes, devem amoldar-se
às nossas regras, se forem suscetíveis dei adaptação: Tomás Edison, José
Stalin, Tomás Jefferson, Nelson Bettancourt, etc. No entanto, Édisson (ou
Edson) Guimarães, Estálin Assunção, Bentancur Vasconcelos, Jéferson Travaços,
etc. (Artur de Almeida Torres (e) Zélio dos Santos Jota, Vocabulário
Ortográfico de Nomes Próprios, Rio, 1961, p. 22-23.)
Os
Antropônimos
São
numerosos os antropônimos, isto é, os nomes próprios de pessoas que sofreram
alterações na grafia, decorrentes das normas da ortografia oficial vigente, que
devem ser seguidas pelos nascidos na vigência do acordo ortográfico.
É preciso
que se diga que SOMENTE em assinatura a pessoa pode (não se obriga, portanto)
manter a grafia constante da certidão. Assim, um cidadão registrado Raphael
Assumpção de Souza terá seu nome representado Rafael Assunção de Sousa em
qualquer circunstância. Em assinatura, porém, se desejar, continuará a
assinar-se daqueloutro modo.
Não
redundará confusão ou perda de direitos assinar-se o citado cidadão Rafael
Assunção de Sousa? Absolutamente. Pode acarretar aborrecimento tão-somente por
falta de compreensão alheia. Afinal de contas, o que de fato individualiza o
cidadão não há de ser apenas seu nome, mas uma série de características,
constantes em documentos oficiais, como filiação, data de nascimento,
características somáticas (cor dos olhos, cabelo, etc.), impressões digitais,
etc., etc. Diríamos mesmo que a assinatura identifica o indivíduo mui
relativamente." (Artur de Almeida Torres (e) Zélio dos Santos Jota, Vocabulário Ortográfico de Nomes Próprios,
Rio, 1961, p. 23-24.)
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Fonte:
Guia Ortográfico Moderno, por: Osmar Barbosa. Ediouro. Rio de Janeiro, 1985, págs. 143-144.
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