segunda-feira, 20 de junho de 2016

A ideologia do mercantilismo

A ideologia do mercantilismo
A ideologia mercantil e burguesa, patrocinada pelo Absolutismo, se empenhava pelo aumento da população (o que significava mais braços para o trabalho), pela posse de metais preciosos (que passavam a dar a medida da riqueza, até então representada pela terra) e pela intervenção direta do monarca na economia social (como forma de coroar seu poder e proteger as iniciativas comerciais e burguesas contra aquela parte da aristocracia que ainda teimava em manter seus antigos privilégios, acumulados durante séculos de economia feudal). Somada a isso, a queda do Império Bizantino acabou deslocando o eixo cultural do Oriente para o Ocidente: fugindo dos turcos, homens de arte e ciência emigravam para Roma e Florença, onde passavam a ensinar a filosofia, a língua e a poesia da Grécia antiga.

Dinheiro e cultura
Acumulado pelo comércio, o capital mercantil pôde promover o embelezamento das cidades, o progresso das universidades e das escolas de arquitetura, música, pintura. Grandes viagens se tornaram rotina, e com elas foi possível conhecer o mundo e trocar informações. As cidades italianas (como acontecera com Atenas, na Antiguidade) recebiam curiosos de todas as partes.
O mercantilismo, favorecido pelos novos conhecimentos náuticos e geográficos, estimulou, por sua vez, o desenvolvimento de tecnologias para melhor dominar os mares c persuadir os povos ao comércio dentro e fora do Mediterrâneo.
Era o florescer de um otimismo singular, resultado do antropocentrismo, visão de mundo segundo a qual o homem, com todos os seus novos ideais, ocupa o centro do universo.
O caráter aventureiro e empreendedor das monarquias vai oferecer aos artistas uma dimensão mais ampla de temas e possibilidades de criação mais livre e mais audaciosa, numa total revogação dos horizontes medievais. Podemos perceber a força desses novos elementos no clima e na temática de Os lusíadas, onde se canta a glória de um povo que sai de seus limites geográficos para se apoderar de boa parte das terras do mundo.


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Fonte:
Roteiro de Leitura: Sonetos de Luís Vaz de Camões, por: Antônio Medina Rodrigues. Editora Ática. São Paulo, 1998, págs. 16-17.

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