domingo, 26 de junho de 2016

A conquista da Amazônia

A conquista da Amazônia
A ocupação efetiva da Amazônia, uma imensa área florestal que ocupa o Norte do país e abrange cerca de 40% do atual território brasileiro (além de se estender por países vizinhos), iniciou-se no século XVII e prossegue até o presente.
Foram as missões religiosas dos séculos XVII e XVIII que deram início a esse processo. Essa ação catequizadora dos missionários era acompanhada de tropas de resgate portuguesas, que visavam a caçar indígenas para escravizá-los. Os cativos eram arrebanhados para as lavouras ao redor das cidades e vilas, como Belém do Pará, ou então Bragança, Santarém, Óbidos, Monte Alegre e outras.
O cruzamento do português com o indígena, na Amazônia, foi mais intenso que em outras regiões do país, e esse fato é facilmente notado até hoje, pela presença do "caboclo" amazônico.
O elemento negro teve pouca importância nessa área, pois na época do tráfico de escravos as atividades econômicas não compensavam a compra de grandes contingentes negros, bem mais caros que os indígenas.
A penetração europeia na Amazônia deu-se basicamente através dos rios. Sendo essa uma região de floresta densa e intrincada e, ao mesmo tempo, a maior rede hidrográfica do globo, com excelentes condições naturais de navegabilidade, a grande maioria das cidades localizou-se à beira dos rios.
No final do século XIX e início do século XX deu-se a fase da borracha na Amazônia (1870-1910), que ocasionou novo impulso à ocupação dessa região. Algumas cidades, como Manaus, cresceram rapidamente e o Acre acabou sendo incorporado ao território brasileiro. Mas com o declínio das exportações desse produto, devido às plantações de seringueiras na Ásia e, posteriormente, à fabricação da borracha sintética (do petróleo), a prosperidade dessas cidades declinou e ocorreu mesmo um refluxo de povoamento em certas áreas.
Nos últimos anos, especialmente a partir de 1970, vem ocorrendo um recrudescimento na ocupação da Amazônia brasileira, desta vez devido à presença de minérios (ouro, ferro) e à derrubada da floresta amazônica para o estabelecimento da pecuária extensiva de corte (para exportação de carne). O crescimento populacional no Norte do país nos últimos quinze anos tem sido enorme: do recenseamento geral de 1970 ao de 1980 (o último), as unidades da Federação que tiveram maior incremento demográfico foram: Rondônia (16% ao ano), Roraima (6,8%) e Mato Grosso (6,6%), sendo que a média de crescimento do país foi de 2,49% ao ano. 

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Fonte:
Brasil: Sociedade e Espaço, por: J. William Vesentini. Editora Ática. São Paulo, 1985, págs. 38-39.

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