Sobre a origem dos nomes
Os estudos destinados à
explicação dos nomes próprios recebem o nome de onomástica, que é um dos ramos da linguística e inclui a antroponímia
(estudo dos nomes das pessoas), a toponímia (estudo dos nomes dos locais) e um
grupo diverso, para o qual foi proposta a designação de polionimia, que abrange
todos os outros nomes que não se inclui nestas duas subdivisões, tais como
nomes de animais, astros, ventos, barcos etc. A antroponímia ainda se divide em
aspectos diversos, dentre os quais a hagionimia (nomes dos santos da Igreja),
patronímicos e matronímicos (nomes oriundos do lado materno ou da esposa),
hipocorísticos (apelidos, alcunhas, passagem de nomes próprios para nomes
comuns, etc.). Do seu lado, é muito diversa, são existindo ainda uniformidade,
a terminologia dos diversos nomes, de batismo ou de pia, nome próprio, apelido
etc. São das mais íntimas as relações entre toponímia e antroponímia, posto que
existem topônimos que derivam de nomes próprios e, por outro lado, há
antropônimos provenientes de nomes de locais. Na análise dos antropônimos de um
país ou até de unia região, ê conveniente que se leve em conta o sistema
antroponímico e a função dos elementos do nome. Uma pessoa pode ter diversos
nomes: um deles constante nos documentos oficiais, outro pelo qual ela ê
geralmente conhecida, outro na linguagem familiar (por exemplo, um apelido) e,
outras vezes, um outro, especialmente entre as camadas populares, constituído
por uma alcunha. Quanto aos apelidos de família, é bem conhecida a diferença
entre o sistema português e o espanhol: no português o nome do pai vem,
normalmente, em último lugar e o da mãe em penúltimo, sendo que no espanhol o
sistema ë o inverso. E no que diz respeito à função, basta lembrar a diferença
importante de Dom e Dona em português e espanhol, ou o
significado de von em nomes alemães.
Além dos estudos referentes a cada língua, procura-se também fazer onomástica
comparada, como por exemplo estudar o culto de Nossa Senhora na antroponímia e
na toponímia portuguesa e brasileira, ou a influência germânica ou árabe nos
nomes de vários países de origem latina. Também já se tentou aplicar a
orientação estruturalista aos estudos de antroponímia e toponímia. Os estudos
atingiram um tal desenvolvimento em todo o mundo que se tornou necessário
criar, além da Comissão Nacional de Toponímia e Antroponímia existente em
muitos países, um Comitê Internacional das Ciências Onomásticas, com sede em
Louvain, na Bélgica. Muitos outros fatos, como a realização de inúmeros
Congressos, demonstram a excepcional importância desses estudos.
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Fonte:
Dicionário de Nomes Próprios, por: Camille Vieira da Costa. Traço Editora. São Paulo, 1988, págs. 5-6.
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