terça-feira, 19 de julho de 2016

Mauá, o empresário

Mauá, o empresário
Irineu Evangelista de Souza, mais conhecido como Barão de Mauá, nasceu em 1813 no Rio Grande do Sul.
Engatinhava ainda quando ficou órfão de pai. Três anos depois, sua mãe resolveu casar-se novamente e largou o pequeno Irineu nas mãos de um tio.
Depois de estudar num colégio interno até os dez anos, o menino mudou-se com o tio para o Rh de Janeiro, onde fez vários tipos de serviço temporário, inclusive o de engraxar sapatos.,,
Aos 17 anos, conseguiu um emprego fixo como balconista na loja de um inglês, A partir daí progrediu rapidamente.
Aos 23 anos já era sócio-gerente da loja e tinha conseguido aprender, por conta própria, inglês e contabilidade.
Alguns anos depois Irineu viajava para a Inglaterra, o país mais adiantado do mundo, na época. Lá conheceu uma grande fundição e concluiu que a indústria do ferro era a "mãe de todas as indústrias".
Chegando ao Brasil, comprou a pequena fundição de Ponta de Areia, em Niterói.
Em pouco tempo a fundição de Ponta de Areia cresceu e passou a ter também um setor de construção naval. Além de caldeiras, guindastes,
tubos para encanamentos e trilhos, a empresa começou a fabricar navios a vapor e à vela.        
Em 1854, por iniciativa de Mauá, a cidade do Rio de Janeiro era iluminada por lampiões a gás. Nesse mesmo ano, Mauá foi o responsável pela construção da primeira estrada de ferro do Brasil. Essa ferrovia possuía 15 km e ligava a baía de Guanabara á serra de Petrópolis.
Além de aluar na área da indústria e dos transportes, Mauá juntou-se aos ingleses e fundou um Banco, com filiais na Inglaterra, França, Estados Unidos, Argentina e Uruguai.     
Em 1872, Mauá participou de um avanço no campo das comunicações: a instalação do cabo submarino que permitiu a ligação telegráfica entre Brasil e Europa.
Apesar de sua garra, competência e determinação, o maior empresário brasileiro do século XIX foi à falência!
Em 1875, Mauá faliu, porque:
não recebeu o apoio do governo, por ser contrário à Guerra do Paraguai;
os produtos fabricados pelas empresas de Mauá não aguentaram a concorrência dos produtos estrangeiros. Os produtos ingleses, por exemplo, entravam com facilidade no mercado brasileiro porque os impostos cobrados na nossa alfândega eram baixos;
foi vítima de sabotagem em suas indústrias. Em 1857, a Fundição e Estaleiro de Ponta de Areia pegou fogo em cinco lugares ao mesmo tempo. Esse incêndio, provavelmente, foi provocado por sabotagem. As chamas destruíram boa parte da empresa e Mauá foi obrigado a pedir um empréstimo aos ingleses de milhões de libras.
Aos poucos, Mauá foi vendendo tudo o que possuía para pagar a dívida com os banqueiros internacionais. A maior parte das suas empresas foi passando para as mãos de capitalistas ingleses e norte-americanos.
Em 1889, quando morreu, Mauá era pobre e vivia de negociar café.

---
Fonte:
História do Brasil: Império e República - Volume II, por: Alfredo Boulos Júnior. FTD Editora. São Paulo, 1989, pág. 53.

Nenhum comentário:

Postar um comentário