Dante Alighieri: vida e obra do autor
Dante
Alighieri nasceu em 1265, provavelmente no mês de maio, na cidade de Florença,
de família de condições econômicas medianas. Os membros de sua família eram
guelfos, isto é, partidários do Papado contra a demasiada ingerência política
na Itália por parte dos imperadores da Alemanha que, desde Carlos Magno, eram ipso facto reis da Itália. Os
partidários do imperador eram chamados gibelinos. Esse bipartidarismo estava
arraigado em toda a península itálica e não somente a dividia em dois grandes
movimentos políticos, mas tinha também grande influência na política interna e
no governo de cada reino, ducado, condado, marquesato, república ou comuna
independente em que se dividia toda a Itália. Precisamente por ser do partido
dos guelfos, Dante Alighieri haveria de amargar um longo período de exílio.
Entre 1270 e
1273, Dante perde a mãe Bella e seu pai, Alighiero degli Alighieri, casa-se em
segundas núpcias com Lapa di Chiarissimo Cialuffi. O trisavô de Dante por parte
materna, chamado Cacciaguida, havia sido armado cavaleiro pelo imperador
Conrado II Q participou da cruzada de 1148, vindo a falecer em combate na
Palestina. Dante o considerava um mártir da fé.
Criança
ainda, Dante passou a frequentar uma escola de Florença e, ao completar 12
anos, foi vinculado a uma promessa de casamento, tendo sido destinada a ele
Gemma di Manetto Donati, com quem efetivamente casou em torno de 1285. No ano
de 1289, Dante combate na cavalaria contra a cidade gibelina de Arezzo que é
vencida pelas tropas de sua Florença. Com Gemma teve quatro filhos: Giovanni,
Pietro, Jacopo e Antonia.
Embora sua
atividade principal fosse o estudo e a leitura incessante sobretudo dos
clássicos latinos, Dante participa ativamente da vida social e política de
Florença e, em 1295, se engaja oficialmente na atividade política ao preencher
ficha na Corporação dos Médicos e Farmacêuticos e, no mesmo ano, passa a fazer
parte do Conselho dos Trinta e Seis do Povo, do Conselho dos Sábios e do
Conselho dos Cem, como membro do partido dos guelfos, partidários do Papado,
embora Dante critique abertamente as ambições expansionistas do Vaticano. Em
1300 faz parte dos Priores, o mais elevado órgão de governo, e Dante se
posiciona contra propostas pontifícias, aparentemente adequadas para selar mais
fortemente os vínculos entre os dois Estados. Dante é enviado a Roma como
embaixador para tratar dessas questões, mas o Papa o retém por tempo
suficiente, enquanto seu delegado em Florença depõe o governo constituído e abre
caminho para o partido contrário.
Dante não
consegue voltar a Florença e a vingança dos inimigos políticos é cruel. Acusam
Dante de corrupção, oposição ao Papa e concussão. É condenado à revelia a dois
anos de confinamento, à interdição perpétua do exercício de funções públicas e
ao pagamento de uma multa em dinheiro. Como Dante não se apresentou para pagar
a multa e para defender-se, é condenado a ser queimado vivo com outros catorze
condenados. Assim termina a vida de Dante em sua querida Florença, para onde
nunca mais haverá de voltar, apesar de ter alimentado a esperança de um retorno
até o último dia de sua vida. Houve antes uma possibilidade quando, em 1315,
Florença concedeu anistia a todos os exilados, condicionada ao pagamento de uma
multa. Dante recusa a oferta, porquanto a multa representava uma humilhação e o
reconhecimento da culpa. Em decorrência disso, Dante é condenado novamente à
morte, juntamente com seus filhos, e ao confisco e à destruição de todos os
seus bens em Florença.
Durante os
21 anos de exílio, Dante passa por várias cidades, protegido pelos governantes
locais, entre as quais Forli, Verona, Arezzo, Treviso, Padova, Veneza, Lucca e
Ravenna. Durante seu longo exílio é que compõe sua obra máxima, a Divina
Comédia. Em 1321 parte de Ravenna, onde residia havia mais de três anos, para
uma missão diplomática junto à república de Veneza. Ao retornar, é acometido de
malária e morre em Ravenna, na noite entre 13 e 14 de setembro de 1321.
Obras em língua toscana ou italiana:
Divina Commedia (Divina Comédia)
Vita Nuova (Vida Nova)
Rime (Rimas)
Il Fiore(AFlor)
Detto d'Amore (Ditado de Amor)
Convívio (Banquete)
Obras em latim:
De Vulgari Eloquentia (Da Linguagem Popular)
Monarchia (Monarquia)
Egloghe (Églogas)
Epistolae (Cartas)
Quaestio de Aqua et de Terra (Questão sobre a água e a terra).
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Fonte:
Monarquia, por: Dante Alighieri. Tradução: Ciro Mioranza. Editora Escala. São Paulo, s/d, págs. 9-11.
Fonte:
Monarquia, por: Dante Alighieri. Tradução: Ciro Mioranza. Editora Escala. São Paulo, s/d, págs. 9-11.
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