sábado, 18 de junho de 2016

Pré-modernismo

Pré-modernismo
O texto que analisamos no início desta unidade é pré-modernista. Embora não se constitua numa escola literária, vamos estudar as características desse período de transição para o Modernismo.
1. Momento histórico
Situamos o Pré-Modernismo nas duas primeiras décadas do século XX, com o Brasil recém-saído da República da Espada (1889-1894) para a República do Café-com-leite (1894-1930), sob o domínio político das oligarquias rurais de São Paulo e Minas Gerais.
Em vários estados brasileiros havia grande tensão, inclusive revoltas populares devido a injustiças sociais:
- Guerra de Canudos (1893-1897), na Bahia;
- Revolta contra a vacina obrigatória (varíola), em 1904, e a Revolta da Chibata (marinheiros contra castigos corporais), em 1910, no Rio de Janeiro;
- Fanatismo religioso no Ceará, em torno do Padre Cícero (1913-1914);
- Guerra do Contestado (entre posseiros e tropas do Exército), no período de 1912 a 1915, em Santa Catarina;
- Greves operárias em São Paulo.
Além disso, não podemos deixar de lembrar a ocorrência da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), que abalou o mundo todo.

2. Cultura e sociedade
- As diferenças sociais se tornam mais evidentes, sobretudo com relação à burguesia e ao proletariado.
- O negro é discriminado.
- Aumenta o número de imigrantes europeus para o trabalho na lavoura.
- Incrementa-se a vida urbana e marginaliza-se o interior. Desse dado resultarão as obras regionalistas pré-modernas, focalizando a vida dos que vivem fora do movimento das cidades.

3. Características da obra pré-modernista
Apesar de o Romantismo, no segmento nacionalista, apresentar elementos brasileiros e ser considerado por alguns o início de uma literatura brasileira propriamente dita, é a partir do Pré-Modernismo que aparece uma literatura mais engajada, preocupada em apresentar uma visão mais crítica do ambiente sociocultural brasileiro.
Como em todo período de transição, encontramos também elementos dos últimos movimentos literários, sobretudo realistas/naturalistas e parnasianos.
Além do ambiente social urbano, vamos encontrar, nos romances do período, uma exploração da problemática do sertanejo e do imigrante, sobretudo.
Os principais romancistas desse momento foram Euclides da Cunha, Lima Barreto, Graça Aranha e Monteiro Lobato. Na poesia destacou-se Augusto dos Anjos.
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Fonte:
Português: Literatura, Gramática e Redação, por: Beth Griffi: Editora Moderna, 1ª edição. São Paulo, 1992, págs. 26-27.

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