segunda-feira, 20 de junho de 2016

Grafia dos Nomes Próprios

Grafia dos Nomes Próprios
O PVOLP, no seu "Formulário Ortográfico — Instruções para a Organização do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa" — assinala que "os nomes próprios personativos, locativos e de qualquer natureza, sendo portugueses ou aportuguesados, estão sujeitos às mesmas regras estabelecidas para os nomes comuns". Assim, com a eliminação das consoantes mudas, do h no interior dos vocábulos, do desuso de k, w e y, com a correção feita no emprego de s ou z, c (ou ç) e ss ou s, conforme os casos, na acentuação gráfica, etc., vários nomes próprios se escrevem da maneira diferente de antes, como: Inês (em vez de Ignez), Pessanha (em vez de Peçonha), Rui (em vez de Ruy), Teresa (em vez de Thereza), etc.
Mas advertem as instruções oficiais: "Para salvaguardar direitos individuais, quem o quiser manterá em sua assinatura a forma consuetudinária. Poderá também ser mantida a grafia original de quaisquer firmas, sociedades, títulos e marcas que se achem inscritos em registro público."  
Quanto aos topônimos de origem estrangeira, "devem ser usados com as formas vernáculas de uso vulgar; e quando não têm formas vernáculas, transcrevem-se consoante as normas estatuídas pela Conferência de Geografia de 1923 que não contrariem os princípios estabelecidos nestas instruções".
Quanto aos topônimos dê tradição histórica, temos como exemplo "Bahia", que conserva esta forma quando referente ao Estado e à cidade com esse nome.
Sobre antropônimos estrangeiros:
É norma fazermos corresponder nomes estrangeiros a nomes vernáculos: Tomás (por Thomas), João (por Jean, Juan, etc.), Guilherme (por William).
Se correspondente não houver, adapta-se, se de fácil adaptação: Nelson, Jéferson, Uílson, Vágner, etc.
Algumas vezes, tão familiarizados estamos com o nome estrangeiro, que melhor é adaptá-lo, embora tenha correspondente vernáculo. Ivan (russo) adapta-se para Ivã ( é o nosso João), Jacques será Jaques (é o nosso Jacó, etc.)
Os sobrenomes permanecem inalteráveis; usados, porém, como nomes, devem amoldar-se às nossas regras, se forem suscetíveis dei adaptação: Tomás Edison, José Stalin, Tomás Jefferson, Nelson Bettancourt, etc. No entanto, Édisson (ou Edson) Guimarães, Estálin Assunção, Bentancur Vasconcelos, Jéferson Travaços, etc. (Artur de Almeida Torres (e) Zélio dos Santos Jota, Vocabulário Ortográfico de Nomes Próprios, Rio, 1961, p. 22-23.)
Os Antropônimos
São numerosos os antropônimos, isto é, os nomes próprios de pessoas que sofreram alterações na grafia, decorrentes das normas da ortografia oficial vigente, que devem ser seguidas pelos nascidos na vigência do acordo ortográfico.
É preciso que se diga que SOMENTE em assinatura a pessoa pode (não se obriga, portanto) manter a grafia constante da certidão. Assim, um cidadão registrado Raphael Assumpção de Souza terá seu nome representado Rafael Assunção de Sousa em qualquer circunstância. Em assinatura, porém, se desejar, continuará a assinar-se daqueloutro modo.
Não redundará confusão ou perda de direitos assinar-se o citado cidadão Rafael Assunção de Sousa? Absolutamente. Pode acarretar aborrecimento tão-somente por falta de compreensão alheia. Afinal de contas, o que de fato individualiza o cidadão não há de ser apenas seu nome, mas uma série de características, constantes em documentos oficiais, como filiação, data de nascimento, características somáticas (cor dos olhos, cabelo, etc.), impressões digitais, etc., etc. Diríamos mesmo que a assinatura identifica o indivíduo mui relativamente." (Artur de Almeida Torres (e) Zélio dos Santos Jota, Vocabulário Ortográfico de Nomes Próprios, Rio, 1961, p. 23-24.)


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Fonte:
Guia Ortográfico Moderno, por: Osmar Barbosa. Ediouro. Rio de Janeiro, 1985, págs. 143-144.

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